Meu comércio com o Sol não é de hoje. Comprei sua luz quando nasci, às dez e quarenta da manhã. Daquela hora em diante passei a poupá-la, para usá-la inclemente, dias a fio. Às vezes permutava os juros com a Lua. Minguante troca, que sempre me fortalecia o intuito a novas aplicações nos alvoreceres.
Na inocência clara havia as aplicações, pós-almoços, das horas sonolentas sob os brancos e amarelos que vinham do céu, Sol abaixo. Adolescência luzidia trazia as primeiras tonalidades cinzas, fraquinhas, quase alvas, dos crepúsculos vespertinos.
Então veio a maturidade, adulta feito o preto, tentando o embargo com as negociações solares. Mas o que é do homem a noite não come. Uma iluminação repentina subiu estômago acima, e veio dar nos olhos. Pus na mesa de barganhas as noites longas do inverno, e trago comigo esperanças luzidias, cintilantes, que recebi em troca. Hoje tenho ações ao portador da primavera!
domingo, 26 de abril de 2009
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