segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Devassa a raça

Devassa a raça dessa loirinha. Sibila na desgraça alheia, sempre. Deixa sombras sólidas de pecados inquietos, pelos mal projetados amores. Plurais amores para ela, únicos, aos então parceiros. Galhoufo foi o último (se é que se pode pensar em ordem classificatória para os amadores de Vanessa, a loira). Só de salto alto, colar e sem as roupas, levou Galhoufo ao êxtase. Dançou com seu erotismo imanente, arrebitou-se em poses e humilhou o kama sutra, numa longa sessão de amor. Viúva-negra no modo e veneno, anunciou a Galhoufo o fim, e o coitado enlouqueceu.
Chicleteando molhados passos arrastados, ficou à chuva esperando uma volta. Enfeiou pelos maus tratos e trocou toda a vida pelo vão. Só que Vanessa era o vão, e desse hiato não sairia caroço. A viu chegar e sair da casa. Homens e mulheres. Intrépido cupido às avessas, torcia pelos finais fatais. E tanto êxito obteve em seu intento, que se sentiu um vitorioso, o Galhoufo. Como se não fosse Vanessa, mas ele próprio, o senhor dos amores por ela desfeitos. Vanessa era assim, deixava os homens felizes.

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