domingo, 18 de julho de 2010

Soldado tremeu

Soldado tremeu, cachorro vacilou e a frouxidão de Thomas saltou à vista. Não era briga para ninguém desse mundo, desanimou o povo que assistia ao embate. O barbarismo de Zazu, homem lá de seu metro e noventa, ridicularizava destemidez, afoiteza ou galhardia. Levava à covardia até macho juramentado; só com as mãos, sem colocar as pernas na peleja. Era a própria expressão do valente, no imaginário de toda a gente. Andava em voga, mas era tímido. Não que isso significasse imprevidência. Só não via com bons olhos essa coisa da vigilância alheia sobre sua força e feitos. Antes de qualquer reação aconselhava a presa: “cuidado e precaução não te fariam mal”, mas a petulância sempre se mostrou maior do que a prudência. E assim, batia, espancava, espalhava a contragosto o seu íntimo desprazer. Então se mudou da vila. Contam que foi para um mosteiro. Mais afoitos até se arriscam a dizer que as artes marciais não serão mais as mesmas. “Pós-Zazu, adeus kung-fu”, rimam, sem a menor graça.

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