sexta-feira, 16 de julho de 2010

Bem reputado

Bem reputado eu continuo em Moçambique, sem esses guinchos melancólicos da Clodilde aqui. Não sei se sou amigo do rei, mas ando por pouco. Precisa ver, Carlão, o povo só falta se deleitar de agrado quando invento essas brincadeiras com as mãos. Meus dedos anônimos incham-se de afeição. Aqui se eles se esquecem do dinheiro, pronto! É mão na cumbuca. Clotilde faz descaso, xingamento e desonra. Insulta, afronta e desestima. Não tem último cigarro, derradeiro uísque ou coceira nas orelhas que me possam fazer ocupar os dedos. Não, Carlão, o jogo aqui é de esfolamento, sangria, ambição da grossa. Não há mágico que agüente, nem zelo que satisfaça. Finco pé para não ficar de mãos abanando, porque de batalhação já me enchi. Clodilde nem ornamenta, dá logo no vigor da gente. Quer saber? Moçambique é o êxodo e o êxito, que se dane Clodilde, lá tenho a mulher que eu quero, nas mãos que escolherei.

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