sábado, 17 de julho de 2010

Distanciada e vaga

Distanciada e vaga, era fim. Como acertar aquela bifurcação da estrada, com uma indicação assim? Aquilo estava destinado ao fado ou à fatalidade. Sina de sorte ou dita de azar. Curioso mesmo era o desajeitamento ou a falta de pressa do sujeito. Falava com hesitação pausada, um quê de suspeita outro de imprecisão. Incerteza, enfim. “Se o amigo virar à direita deve ter umas moitas de eucaliptos, mas se virar à esquerda, acho que vai dar (vacilava) num... não, na lagoa. É, pode ser que eu não esteja equivocado”. Não está? Pensei incrédulo. Mas o homem não parava a ladainha de hipóteses. “então o senhor vire assim...”, continuava com uma convicção inconcebível, como se já tivéssemos atravessado a tal bifurcação com seus lados irresolutos. Então eu lhe disse “té logo, moço, brigado!”. Ele respondeu: “mas olhe, o senhor não pode errar naquelas curvas, viu? Senão vai parar nos quintos”.

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