terça-feira, 20 de julho de 2010

Irritadiço com

Irritadiço com o irmão que dirigia afoito provocou-lhe a ira ao dizer pare. Não parou e excitou o pé no acelerador indômito. Amesquinharam-se em Tobias imagens da velocidade da infância. A lata com a qual o irmão lhe fizera um talho na cabeça. A briga de murros pelo irmão arrogante, que desafiara opositor com que não podia. As culpas assumidas pelas diabruras do mano. E a curva adiante. O irresponsável acelerava nas arestas dos silêncios. Pensou no irreparável, no intransponível iminente, na irrecuperável reconciliação a que se dispunham naquela ida à casa dos pais. Então pensou na grave ofensa do lisonjeio a Sofia. Na desordem da saia que sobrava sobre a sua cama, justo na visita do irmão. Na claridade oblíqua que se abriu junto à janela quando chegou de repente e contente. E deixou que a curva fizesse a justiça... repressiva e impiedosa.

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