domingo, 20 de dezembro de 2009

Oferecida como

Oferecida como os papeis que recebem uma gravura, depois outra e outras e muitas, Umbelina deixou pra trás a digital do bom RG, e passou a ser várias, forjando um documento para cada golpe. Quando se amancebou com o privilégio do dono do estacionamento, nem carro tinha. Apresentou-se Inês, saiu Joana. O homem dirige às tontas, atrás daquela Inês, suposta e obscura.
Com o industrial Rubens, mal apertou o parafuso do afeto. Deu-lhe o que queria, levou-lhe o que não supunha: euros e ouros. Já a Marlene de então, o homem ainda a buscou na região, antes da concordata. Foi como Bernardete, no entanto, que pode de vez parar com a vida heterônima. O armador japonês construiu-lhe um estaleiro, e “Berna” decidiu, enfim, tocar o negócio com o próprio trabalho. Enviuvou cedo, é verdade, quando o empresário nipônico afogou-se dias depois da lua-de-mel. Tempo raso, para deixar a jovem esposa com uma filhinha mestiça na barriga. A mãe a registrou como Umbelina. Umbelina Tahika. Os parentes do marido estranharam, mas lei é lei.

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