Jogou fora o teste de DNA do neto. “É melhor viver sem pai do que descobrir quem é o calhorda”. Tião esbravejou com a filha, que engravidara após uma rave, no encontro com Pedro Álvares, o filho do usineiro de álcool. Positivo e cumpridor, Sebastião vivia do outro lado da cana, o do trabalho braçal, no corte laborioso. A filha mimara-se nos estudos, dizia. Para conseguir o status de boazinha com a natureza, a usina montou escola para os filhos dos trabalhadores. Era dirigida pelos seus herdeiros. Lá não há decência, dizia Tião, que só não tirou a adolescente da escola porque o promotor público da cidade ameaçou prendê-lo, caso tirasse. Tudo, absolutamente tudo, era feito no rigor da lei, exceto os excessos.
Adicleusa, a filha e agora mãe, deu para freqüentar as festas dos filhos dos usineiros. Deu para querer roupas de marca. Deu para se dar bem. Gritou e chorou quando o pai destruiu o teste de DNA, que pagara em quatro prestações à clínica da cidade, quando o hospital da usina se recusou a realizá-lo. Com os olhos rasos d’água voltou-se furiosa contra Tião: “pior do que um delito, pai, o senhor cometeu um desperdício”.
Adicleusa, a filha e agora mãe, deu para freqüentar as festas dos filhos dos usineiros. Deu para querer roupas de marca. Deu para se dar bem. Gritou e chorou quando o pai destruiu o teste de DNA, que pagara em quatro prestações à clínica da cidade, quando o hospital da usina se recusou a realizá-lo. Com os olhos rasos d’água voltou-se furiosa contra Tião: “pior do que um delito, pai, o senhor cometeu um desperdício”.
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