quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Para não atrapalhá-la

Para não atrapalhá-la, vou fazer de conta que acredito na Laurinha. Ela que me diga que o Orlando é só um amigo, que é gay, que é eunuco, que é atrofiado dos olhos para baixo.
Parou de vir aqui em casa repentinamente, mas faz questão de deixar a foto aí, ó, sobre o criado mudo. Ela e essa cara dela, esses dentes que riem. Fico bem quieto. Houve o tempo em que ela foi boa pra mim. Comprava uns CDs de música zen, contava-me das amigas e até jujuba na boca ela me dava. Depois, ficou íntima. Vinha quase sempre, assim, dia sim, dia não, para colocar nossas fantasias para brincar. Deu pra ficar nua, a Laurinha. Aqui no quarto, a doida. Chegou até a alisar-me as partes, o que era de uma inutilidade sem tamanho, mas me fazia bem à alma.
Foi na quinta-feira que me contou do Orlando. Mexi os olhos pra cima, o que no nosso código quer dizer “sim”. Mas juro, se eu andasse e pudesse sair dessa cama dava uma dura na Laurinha. Ah, dava!

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