Com a paixão não inteiramente muda, nem totalmente audível, Orlando procurou Francieli no intervalo da aula. Deu-lhe, divertido, uma felicidade sem profundeza nem peso. Uma boneca barbie, comprada à prestação, vestida de rainha. Descobrira o desejo da amada por meio da amigas. Como um piano, na fração de segundos em que é tocado pelos dedos, e antes de emitir as notas, esperou um sorriso ligeiro, um gesto, um sonhado beijo. Recebeu um “brigado”, de raiva e recusa.
Chorou, no canto do pátio, com a barbie-rainha na mão, e ainda ouviu dos moleques a desfeita inconseqüente: “viadinho!”.
Se cafajeste pelo incidente ou desobrigado da vida pela vaidade eternamente ferida, ninguém sabe explicar direito. Certo é que daquele dia em diante Orlando passou a comprar sempre no crediário, mas jamais pagou uma segunda prestação.
Chorou, no canto do pátio, com a barbie-rainha na mão, e ainda ouviu dos moleques a desfeita inconseqüente: “viadinho!”.
Se cafajeste pelo incidente ou desobrigado da vida pela vaidade eternamente ferida, ninguém sabe explicar direito. Certo é que daquele dia em diante Orlando passou a comprar sempre no crediário, mas jamais pagou uma segunda prestação.
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