quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Por demais

Por demais sem modos, só poderia moldar nos outros rodopios entre a bondade e a malvadez. Petrônio era assim, não sei se pelo nome ou uma inata tendência a desfazer os feitos da casa ordeira dos tios, onde morava. Xixi nas reservas de água potável da casa, chicletes sob o encosto do sofá, milícias para o ataque às casas vizinhas com frutas verdes da goiabeira, lançadas aos telhados, eram ações menores. Menores, aliás, os primos Naldinha e Cleonaldo, seguiam-lhe as instruções esdrúxulas: como molhar o beiço no leite com chocolate e beijar a porta de vidro da entrada. Foram todas as travessuras, em tantas circunstâncias, que ninguém nem deu muita atenção quando ele, sorrateiramente, colocou o travesseiro pesado sobre o rosto da avó inválida, que dormia em decúbito dorsal...

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