sábado, 14 de agosto de 2010

Não procede

Não procede! Matei com tiro. Os dois buracos de bala nos olhos, lá, sim, foram meus. Deixei a peste mortinha. Agora, essas facadas todas que os senhores estão falando não têm nada a ver comigo. Essa cachorra bem que merecia, mas deixei o corpo como a encontrei um dia na vida: risonha, pernas fáceis, sempre abertas, toda orifícios. Agora posso imaginar, doutor, a traidora tinha marcado com o Gustavo para se encontrarem naquele apartamento emprestado do Ricardo. Dizia pro bobo que iria estudar com as amigas. Pelo que o senhor está me acusando, vai ver Gustavo chegou depois de mim, já sabendo da história armada e, de raiva, furou a morta com aquelas duas facadas no peito. Ela ainda gritou comigo, antes dos tiros, dizendo que Gustavo gostava dos seus seios. Agora dos outros furos, não sei, não senhor, só se foi o Ricardo, que chegou depois. Desse, confesso pro senhor, ela nunca me disse de qual parte gostava mais.

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