segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Havia o vento

Havia o vento fresco, descoberto na manhã seguinte. À primeira vista, só sono. Imenso cansaço de desejo. Chegar até lá, por si, fora uma dissolução de contornos. Vieses de estradas, pedreiras e matas idênticas, propícias à perda. Nevoeiros de anos, sombras improváveis. Depois o êxito. De fato, a compensação. A fome submissa se refestelava com gabirobas na relva. Completude gelada às bocas secas. Brilhos de seivas, cristais aquáticos, tímidos capins, sôfregos gramíneos, amabilidades desconfiadas, ignoradas então. Saltos, saltitantes, pulos de pulgas no verde idealizado. Riscos idiotas de apaixonados. A natureza, enfim, perpetuamente em festa. Seio de mãe, a transbordar carinhos. Bilac? Credo! Vida de hippie é uma merda de desconforto!

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