terça-feira, 24 de agosto de 2010

Patrioteiro extemporâneo

Patrioteiro extemporâneo, só tinha olhos de ressaca para as margens plácidas. Hasteava vontades na datas cívicas, comia verde e amarelo: pequi com brócolis, abacaxi com hortelã, milho e salsinha. Um quê monárquico coroou-lhe a opção nos nomes dos filhos: Pedro e Isabel. Sem fugir à luta, entendia que as fronteiras nacionais deveriam ser inflexíveis: nada de fora a nos transformar por dentro.
De tanto tentar legalizar o fumo pernambucano, tombar a malícia baiana, apadrinhar a paciência mineira ou institucionalizar o estresse paulista, foi preso por insubordinação. Na cela, não perdeu o ufanismo: entre grilhões que o forjavam à forra, declarou-se mártir. Um novo Policarpo Quaresma.

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