sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Passou do ponto

Passou do ponto, mas não se fez de rogado. Puxou a campainha para a próxima parada. Levantou-se sem pressa. Camisa pra dentro, olhar em roda. Ainda espanou com os dedos um cisco fictício no ombro esquerdo. Puro charme, sabe Deus pra quem. Fixou a visão no corredor que acabava lá na frente junto ao motorista. Então caminhou lenta e compassadamente, passos militares, como se estivesse passando a tropa em revista. Instalou-se nas proximidades da escada da porta da frente e aguardou...cinco, dez, quinze, vinte segundos. Desceu firme, convicto. Ninguém jamais imaginou que naquele ponto o homem praticava um erro.

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