sábado, 30 de abril de 2011

Vocal a mil

Vocal a mil na forma antiga. Quase um gregoriano canto desafinado nas imprudências das notas, mas era de lamento a entonação, sem ritmo ou arte. Chocalho de cobra regeu aquele coro. O atirador a esmo, coíssima alguma, entrou na escola e matou-lhes os filhos. Quase coisa que acontece não fosse a infiel réplica de doentes americanos, matadores de esmos com a contradição dos suicidas. Por alguma memória, algum ranço ou coisa parecida, disparou sentenças de penas capitais, às dezenas ou dúzias. Feito um diabo escolhendo frutas na prateleira repleta de maçãs idênticas. Essa e aquela em seleção insólita. Até um final confuso, suficiente ao gasto, pouco vasto na concepção primeira daquelas mortes todas. E fosse o final da munição disponível ou a abrupta inconveniência de um intercessor policial, o gesto seria só isso: com abertura e gran finale, sem passagens ou árias. Depois, sim, que fosse a vez daquele coral carpideiro.

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