sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cala a boca

- Cala a boca, cabrita! Resmungou o maranhense do banco dianteiro à conterrânea que contava histórias à colega, no de trás. A viagem era intermunicial, 450 quilômetros de vastidão. E nem foi um overbooking no buzão o início do barraco. O estratagema de Orenílde era ficar próxima à janela, porque levava a mudinha de planta sensível à sombra: precisava de luz. Gorete sentara-se em seu lugar ao Sol, e quando a terceira passageira chegou, dona do lugar no qual Orenílde sentara, esta foi tirar satisfação com Gorete, exigindo então o “seu” lugar. Evitação daqui, desculpa de lá e o nível rodou alguns metros abaixo. Foi preciso a intervenção de Fabião, motorista e autoridade máxima do veículo, para Gorete seguir ao seu respectivo lugar ao fundo do carro. Teria sido uma viagem até tranquila, se na parada para o lanche, quando Orenílde desceu para um pão com mortadela, Gorete não tivesse amassado, de maldade, todas as folhas da delicada plantinha... que só buscava a luz.

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