sábado, 15 de janeiro de 2011

À contraluz seduz

À contraluz seduz, feito um anagrama na hora certa. Ruim é quando se vê, sem roupa e sem rima. Coisa do tipo “meninos, eu vi!”. Sábio espanto do mais velho, maravilhando os novos com ilusões indecentes. Era como era e pronto. E crer todos criam. Fantasias de meninos rapazes, com a visão voltada à luz vermelha das casinhas e às anáguas curtas das mulheres e seus muros. Rastro de vampiras ou sedutoras prosas ouvidas na desordem. A primeira vez! Não vale. Nem onde, nem quando, puro apenas. Impuro porque tocou em partes pudicas. Recatada maravilha. Luxuria casta. Então o dia: o seguinte. É o seguinte: “fomos lá”. Vaidosa conversa, cheia de vanglórias e embustes pomposos, erguidos. E no exílio das horas a lembrança da verdade, que à contraluz é linda.

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