sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Na bacia

Na bacia das almas esparramou as palavras para todos os lados, julgando lógico seu mosaico de advertências. Olhares curiosos entupiram-lhe a atenção, até que esbravejou indagativo: “nunca ouviram a verdade?”. A avalanche de despropósitos logo virou riacho em remanso ante a perplexidade geral, mas Naldo não estava imune. Ninguém entra em histórias que não têm desfecho. Ele haveria de se explicar. Por que mandava todos evacuarem o bar, se havia tantas mesas vazias? Em nome de qual deus queria privar do vício aqueles que ririam melhor e por último? Naldo foi se afastando... encostou no balcão. “Incendeio-me e desapareço!”, ameaçou. Os presentes avançaram, chegaram nele e retiraram o copo de cerveja que tinha nas mãos. Gentilmente, como se amnésicos, pediram a Naldo para que não começasse a beber tão cedo, antes de todos chegarem.

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