quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Então do nada

Então do nada surgiu o vaso. Do alto. Vinha de algum dos andares daquele prédio cinza. Bateu poucos centímetros à frente de Eduardo. Susto de indulgência, espanto de puta merda. Reflexão peremptória, no embalo do estalo. Milagre ou destino? Irresponsabilidade odiosa ou vacilo de alguém. Eduardo era puro sobressalto e reflexão. Estático como na fotografia da mesa da escola. Mole nas pernas, duro pela ventura. O quase inerte olhar mirou o céu, fitou os lados, baixou ao chão. Parado, o Eduardo, sobre os cacos, mancha de terra e margaridas mutiladas. No sexto andar, Natalino inchou o peito. Vociferou com Graziela, rouquejou pigarros e sentenciou o segundo veredicto. “O que vai, agora, vadia, é sua televisão!”...

Um comentário:

  1. Medo do inesperado!!!
    Me lembrou um fato verídico de um garoto q se jogou do prédio da Galeria do Rock em São Paulo e de quebra quase matou 2 amigos meus (quase como no filme da Amelie Poulain).
    Como sempre, tenho q perder (ganhar, gastar, sei lá) mó tempo lendo um monte de mini crônicas q deixei pra trás.
    Adoro seus textos.
    Abraço. =]

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