domingo, 16 de outubro de 2011

Badulaques

Badulaques e vassouras voltaram ao quartinho. Era um coração, primor, intimidade, qualquer coisa de bibelô, aquele espaço. Por quê, então, tais trecos couberam tão bem? Que fossem para onde as contas não batem ou corações não correspondem. Mas o que se sabe do sentimento de Dona Cora pelos penduricalhos, bazulaques e berloques? E o que dizer das vassouras? Do carinho fantasioso que inspiravam à velha? Do bom varrer? Decisão bem quista essa de guardar afetos. Há quem colecione joias ou santos, quem prefira orquídeas ou bibelôs. Dona Cora tinha aquilo por cabal. Contagiante adesão colecionadora de coisinhas. Se viessem depois acusações de despropósito, sairia ilesa. Nunca julgou ninguém que juntasse amores, fosse no espaço disponível que houvesse.



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