quinta-feira, 30 de junho de 2011

A tartaruga

A tartaruga tarda, Gonçalo se impacienta. Sabe da fama do bicho, mas a moça do pet shop assegurara-lhe que aquela era distinta. Chegava a correr, disse a falsa. Gonçalo é mesmo um suspiro profundo de credulidade. Empilha segredos de simpatias caseiras pensando atingir o céu. O doutor falou à mãe que ele tem um leque de ecos no cérebro delicado, denotando os tantos lapsos. Ela, é claro, achou graça daquilo, e julgou seu anjo um gênio. Apenas ordenou que tirasse o dedo do nariz, porque era feio. Ele, ovelha, fez orelhas moucas, enquanto se cutucava sem pressa. Agora queria um hamster ou um filhote de elefante cinza, como assegurou no antro de seu ceticismo peculiar. Mixo de desejos outros que fossem bichos. Gonçalo deveria se chamar Francisco, pelo desejo da mãe que o pai não concedeu. Agora, é isso. Esse santo incompreendido devido ao nome trocado.



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