domingo, 26 de junho de 2011

Entontrou o tratamento

Encontrou o tratamento distante, quando chegou àquela roda de amigos. Cumprimentou sem troca. Sentou sem lugar, como estivesse ocupado aquele espaço. Na baixeza do tratamento, perambulou com as ideias sobre os eventuais motivos. O entrechoque de suas imaginações com elas próprias relutava em encontrar as causas. Aquilo que falou de Dorinha? A ausência no velório do Gordo? O tropeção na porcelana de dona Inácia? O vômito na pia de água benta do batizado do bebê de Gorete? Até no discreto chute no poodle de Paula ele pensou. Sinceramente, não encontrava razões plausíveis para toda aquela indiferença. Calou-se como a estátua de um buda que repousava no canto da mesa daquela sala, mas a fala da prudência não lhe cessava o cérebro. Passara a ganhar mais no trabalho, entrara naquela faculdade difícil, tornara-se feliz no amor, depois que passou a namorar Rosinha. E só pelo alto da conversa alguém deixou escapar um “você está bem, né Geraldo?”. E ele concluiu: é isso!

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