sábado, 25 de junho de 2011

Por amar


Por amar, sobretudo à mãe, mas à Regininha também, Umbelino envolve-se numa confusão de sensações, quase sempre voltadas às poucas qualidades divinas da moça. Mesmo ciente daquilo que sentia, não tardou em acariciar cismas, excitar mundos ideais para a contrapartida romântica e em criar rápidas mutações teatrais para tomar-lhe o maduro da relação, sempre jogando verde. O corpo anguloso da fêmea foi aos poucos se tornando quadrado, naquela visão enviesada de um Umbelino transbordante de ciúmes. O inquieto amor repleto de zelos extraordinários lhe convulsionava o âmago, até o dia em que presumiu a fórmula infalível do controle absoluto: um cativeiro! Convidou a pobre para jantar em chácara distante, e lá a trancou a sete chaves. Para a comemoração dos dez anos de união consolidada e exclusiva, levou um bolo de aniversário àquela vítima do destino. Feito, dedicadamente, com morangos, pela mãe.



Caeté-MG

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