terça-feira, 20 de março de 2012

Três das vinte

Três das vinte e cinco nuvens tinham um tom mais cinza. Duas apresentavam pontas irregulares, pouco ovaladas. Quatro pareciam querer fugir daquele céu, sabe Deus para onde. Cinco formavam um conjunto quase simétrico. Quase, por causa daquela que se elevou um pouco além, à direita. Apenas uma, inconformada, não parecia dar bola ao “bando”, esparsa como um avião, que há muito não passava por aquelas bandas. Naquele fim de mundo, a profissão de Severino era acender as luzes dos postes da fazenda, para quando o patrão cismasse em chegar à noite. Há dois meses, treze dias e nove horas que ninguém aparecia por lá.

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