quinta-feira, 29 de março de 2012

Queixa das nuvens?

Queixa das nuvens? Sim, Adréia queixava-se, porque as nuvens a bisbilhotavam. Com frequência, tais queixas eram feitas às pedras. Estas, sim, estáticas e discretas, que jamais deixavam seu lugar no mundo para espionar Andréia, nos momentos em ela saia furtivamente com seu amante Orival. Havia o detetive, contratado pelo marido de Andréia, mas o sujeito era tão indiscreto com seu terno lilás que, descoberto, forçava os amantes a satisfazerem seus impulsos nos banheiros de bancos, armários de produtos de limpeza ou sob as mesas do curso de bricolagem, que Andréia frequentava com o consentimento do esposo. Houvesse um sentimento que Adréia jamais admitiu possuir e seria o de mania de perseguição. Mas quem estaria interessado nisso? Exceto o marido...

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