domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tende a muito

Tende a muito instável. Quando muda a Lua, valha-me Deus. Na nova, dá pra ficar de pé junto. Feito semente de prédio, pronta pra subir andar a andar. Quando crescente, parece que sente pontadas de tijolos, meio sobrepostas, meio pensas, meio suspensas, mas há um fundo de prumo. E, na cheia, vira parede. Todo reboco, deslizado de argamassa, massa corrida e tinta fresca. Dá gosto! Luze como fogos de artifício, num bom humor de cobertura com vista para o mar. Todo festa e todo comércio, negocia afetos a troco de nada. Todo coração com persianas abertas, balançando em brisas, lufadas e sutilezas. Mas míngua. É óbvio que você sabe, na minguante. Então desaparece, feito um edifício que caiu de súbito.

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