domingo, 11 de setembro de 2011

Usurpou o cheiro

Usurpou o cheiro do perfume da dona que passava e riu. Achava os gracejos gestuais o máximo: superiores, mesmo, às conquistas. A fala dos peidos, onomatopaicos arrotos, coço dos testículos e os indicadores garimpeiros nas narinas eram hábitos que não contavam para Paulo, sempre pronto a lustrar com impropérios e baixezas a vida e os modos daqueles que porventura convivessem às proximidades. Já bebê chorava alto, hábito e atuação que pratica com as palavras. Não fala, grita. E por cômoda consequência também não ouve ninguém. Seu passado lhe condensa. O transporta à inconveniência com a desqualificação dos tolos. Disso ao desterro nem existe tênue distância. Ninguém o suporta, exceto a esposa. Não muito dada ao trabalho ou à condução satisfatória da vida. Dizem que é porque bebe muito... muita vodca.


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