quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Falácias flácidas

Falácias flácidas essas dos egos poucos lúcidos. Na dúvida, Fidélis endureceu. Quando Laurinda lhe chamou de analfabeto, procurou um terapeuta. Este, a exaustão, já não conseguia mais lhe pedir que contasse mais sobre si ou sobre isso ou sobre aquilo, então Fidélis considerou Freud um infame. Voltou à Laurinda enérgico e decido: - “Sou o que sou e você que se dane!”. Danou-se, ele. Em complô explícito com o terapeuta atônito, pôs-se a esparramar que Fidélis, agora, era mais que um egoísta besta, tomara-se como o centro de todo o interesse do mundo, lançando-o à solidão conspirada. Enxergando apenas a si, falando com ninguém, pois todos o impeliram para longe, e cansado de tanto se auto-ouvir, Fidélis mudou-se para uma cabana erma no morro mais distante do município. Andou feliz por uns tempos, porque tinha o Sol que lhe servia e a Lua que lhe escutava. Depois, ninguém mais soube dele; não interessava.

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