segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Duvide, meu

Duvide, meu caro hóspede, da gentileza abobalhada desse anfitrião. Esse riso que você enxerga despenca de alguma intenção. Parece. De graça essa piada espirituosa chega sinuosa, a sério há mistério. O brinde carrega nas taças um erguer de ombros, nem aí, do tipo que desempata a retidão esperada das ocasiões como essas. Um sagaz confrade notaria de estalo essa farsa que você, com sumária percepção, não a vê. Deplorável é reconhecer que até os minutos que correm à sua presença são contados, de maneira regressiva. Falta pouco para sua escassa presença pronunciar o lamentavelmente habitual “boa noite” e seguir sua direção. Os prazeres tidos em comum há muito foram engolidos pelo desagrado de alma. O que resta em convenção é só peso da vida em sociedade. Afinal, já bem pago.

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