sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cessada a cobiça

Cessada a cobiça de Odécio... os outros é que o digam. Perdeu a cabeça por uma flauta, na qual pratica truques, com sopros de viés. E a flauta é doce! E Odécio, diga-se, passou a levar a vida. Não dá ouvidos ao que não seja nota, nem supre pedidos dos que querem música. Bico no bocal, e pronto. Parece escrever epitáfios no ar e denominá-los free jazz. Epitáfios para aqueles outros, nós, que já o dizíamos. Odécio existe sem consistir. Está muito longe aqui na sala, e insiste no fio melódico inexistente aos próximos. Som de maus modos, teima que persiste. A contumaz conduta chega a sugerir um luxo ao melindre alheio, pelo dar pancas de Odécio a uma maestria pertinente. Os outros levamos vinhos, risadas e até a atriz do filme que ele idolatrava, a ver se a cobiça retorna a Odécio.



Nenhum comentário:

Postar um comentário