quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Amanheceu seda

Amanheceu seda. Fez-se brim. Entardeceu renda. Na vastidão daquilo que podia, Cleber quis enfrentar o destino, a aguardá-lo. Tendia a zero qualquer observação que lhe fizessem, como a de Vânia, homérica nos detalhes, ao lhe sugerir frios tons de azuis ao vermelho pretendido. No alto da costura, Cleber mantinha o ponto maduro de sua intenção fashion. Chuleou e andou para a observação da amiga, que entendia palerma e lerda para as coisas da estética. Atingiu o tecido no matiz que lhe convinha mais, compunha os planos aos panos transformados. Nem a mixórdia dos bastidores impediu os olhares curiosos dos demais estilistas e modelos. Ninguém que viu o desfile disse um a. Pura inveja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário