terça-feira, 9 de agosto de 2011

Orquestrou pernilongos

Orquestrou pernilongos a zumbirem sobre Lia. Até então, tudo o que Jaime fazia era pela amada, mas não suportou aquele episódio sórdido de vê-la às mãos com o moço da funerária no velório da mãe. Cavou-lhe lombrigas na barriga, cisma na crista, importuno na pele. Só a metade do discurso ele disse antes de tomá-la on the rocks. Sem lambuja à indulgência, matou a pagã no peito e saiu da padaria. Jura que as abelhas na garganta não foi ele quem colocou, nem o piercing no mindinho ou praga no cérebro de couve-flor. Enervou o passo porque parecia que queriam alcançá-lo. Berrou com eco para apartar tormentas e foi só. A única injustiça cometida a si foi internar-se na psiquiatria; o resto são os outros que contam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário