domingo, 8 de maio de 2011

Primeiro, a pedra

Primeiro, a pedra. Atirei quando Vanderlice citou versos bíblicos para se fazer de inocente. Havia fogo, porque havia fumaça. Vanderlice carola, oras bolas, só se eu visse o coração, já que na cara não havia fé. Recusei-me a trocar a fantasia de palerma, pagar o preço da obra, molhar de amor aquele chão enxuto. Que se transformasse em ferro aquele espeto de pau, para então tentar furar minha armadura de ferreiro. Vanderlice era mesmo uma metáfora, um sei lá, conjunto de provérbios. Nem mais uma ruga, nem menos uma lágrima. Lugar comum do tempo, obviedade à cata de espaço. Eu, heim? Às custas dos meus arredores fez carreira solo, zás-trás triunfal, armações de vésperas. Lá sou espectador de esperanças? Pilar de troças? Prosódia de impropérios? Vanderlice ainda quis estalar em cima de minha inspeção, estelar e garbosa. Foi o basta que eu procurava no baú de suas sinecuras.

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