sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ela pensa

Ela pensa como eu, e eu como ela. Dado aos trocadilhos, Duílio apaixonou-se por Clara, justificando assim aos amigos esse súbito amor depois do fora que levara de Lia. Frases e fases às tinha aos montes, e foi na recepção da clínica da nutricionista, em época que cismou com o regime, que encontrou a nova paixão. Logo viraram dois pombinhos, alimentados pelo milho alheio, que lhes era lançado pelas almas amigas de bom coração. Porque, não fossem esses infames estímulos, e não haveria a mínima chance daquilo dar certo. Duílio era aparência pura, Lia, o recato nato. Duílio, o próprio universo, Lia, compartilhares extremos. Mas o estímulo é um demônio quando oferecido em horas erradas e, como tal, sempre quer ver o circo pegar fogo. Custou a Duílo perceber que apenas tentava pensar como Lia, mas todos os conhecidos como ela. Alguma coisa não se encaixava em trocadilhos...

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