domingo, 24 de junho de 2012

Furtar a eternidade

Furtar a eternidade era o que sonhava. Seria mesmo um roubo, caso dispusesse de armas suficientemente eficazes. Viver? Já vivia de mazelas, apesar dessa expectativa frustrada, maior que o próprio pendor à malandragem. Não havia nenhuma dúvida que a pasma mãe era mesmo Luzicleide: mulher, lá, de seus muitos homens, quase todos bandidos com mais ou menos renome. Extrair, entretanto, o DNA do pai era humanamente impossível. Foi esse, aliás, o motivo pelo qual Tico jamais descobriu se era filho de Deus.

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