quarta-feira, 6 de junho de 2012

A dormir

A dormir, jazia. Fosse posto num vidro de formol e, quem sabe, ficaria exposto sem sinais de impertinências. Era portador de um sono sem fronteiras. Nenhuma ressonância ou hálito. Acordava como um passageiro de outro mundo, recém-desembarcado num planeta esquecido. A lógica própria, que então expressava, carente de pertinências, propunha um diálogo com seres invisíveis. Fosse lhe cobrado um sopro de coerência, e Sinval, com trejeitos fatalistas, repetia apenas: “vocês vão chegar lá, vocês vão chegar lá”...

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