sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Deus irá

Deus irá saber, mas acho até que já sabe, pela sua onisciência. Sempre fui apreciador dos bons jogos de xadrez. Estava em Leningrado, quando Boris Spassky perdeu para Anatoly Karpov. Parecia impossível, mas segundos antes do xeque mate, pensei em doar a Spassky um filhote do Petrosian, meu cachorro perdigueiro. Em 1974, fui ver Mequinho jogar com Korchnoi, e já match inicial, curiosamente, durante a partida, imaginei que ele gostaria também de um filhote de Petrosian. Pronto, o coitado perdeu logo depois. Aquilo me intrigou, será que meu pensamento era irmão da predestinação, ou seria o Petrosian um agourento? Por via das dúvidas, voltei ao estádio em 77, e meio sem querer, nos voltas do pensamento durante o jogo, quis homenager Mequinho com outro filhote do Petrosian. Confirmou-se minha suspeita, logo depois Lev Polugaevsky levou a melhor. Nunca tive a superstição de um rei, que se cerca de peões, torres, cavalos, bispos e até da rainha para se proteger, mas dei um xeque mate nos cruzamentos de Petrosian. Daquele cachorro nunca mais saiu filhotes.

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