domingo, 20 de novembro de 2011

So-be-ra-na!

So-be-ra-na! A doidivana Elza Maria gritou à elegante Cleuza Silva e Sá, que pairava na pista da moda como gaivota em êxtase ou urubu em pausa. A passarela iluminada agregava algo de brega àquela tarde de senhoras, doadoras de dós aos pobres, carentes, doentes & deficientes. De difícil, exceto as horas de maquiagem, apenas os pedidos aos avaros maridos, aos novos enriquecidos ou, e principalmente, aos falidos. “Para fazer o bem pouco importa nossa vida, nossos problemas com os psicólogos, nossa dificuldade em conseguir uma boa faxineira, nossas limitações no crédito do cartão. A gratificação é sublime”, declarou sublime Elza Maria, à colunista social que, também colaboradora, oferecia desconto para veiculações beneficentes. A única mentira que ouviu ali, saiu da boca da própria Cleuza Silva e Sá, ao descer do palco: - “Men-ti-ro-sa”, desmanchou-se dissimulada à amiga que lhe chamara de soberana.

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