sábado, 14 de abril de 2012

A testemunha

A testemunha ocular fez vistas grossas. Amélia, a doida, laboriosa mexeriqueira, disse que não viu nada. Na escala de zero a dez, Guilherme disse “dois”, sobre a sua percepção do ocorrido. Mesmo a pequena turma de cervejeiros de posto de gasolina, entretida na ávida discussão sobre o número de beijos que deu ou recebeu na balada, naturalmente de língua solta, não soube opinar. Carlão, então, nem pensar. Sempre mudo e sistemático, como um relógio de ponto. Parecia-se com uma velha anedota, mas aquela senhora, com elegante simplicidade e livretos sobre os braços, só perguntava a todos se queriam ser testemunhas de Jeová.

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