quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sonhava-se

Sonhava-se justo, sendo fanfarrão. Entre ovelhas, uivava, lobo insistente em direitos obscuros e sem nenhum dever capaz de oferecer contrapartida ao rebanho. Bebia aos calotes, se julgando boa companhia em compensação. Arbitrava miudezas, simulando certezas ocultas em suas grandezas. Das opiniões abalizadoras fazia regalos e meios de vida. Até que o menino, filho falho da vizinha honesta, lhe atirou a primeira pedra. Tratou-o do jeito que todos, omissos, o destravam por medo: mal, sem hora marcada. A surpresa fez daquela neve uma bola. E o sujeito pedante mudou de bairro, desmistificado, mas com o nariz em pé!

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