terça-feira, 24 de abril de 2012

Giz de cera

Giz de cera e nenhuma moderação. No vacilo da mãe, Dafine pintou os cabelos, aos cinco anos. Laranja, lilás e branco. Quando completou os dez tratou de pedir ao primo Plínio que lhe acariciasse, como na novela. Parecia sábia, aos quinze. Emburrada e ensimesmada feito uma pensadora de Rodin. Aos poucos, aos dezoito, foi perdendo as aparências. Ganhou desleixos, um carro e antipatias. Só no terceiro ano da faculdade se descobriu paradoxalmente tímida e histérica. Nem era muito tarde para ser feliz... Passava horas se modificando, depois que trocou a terapia pelo photoshop.

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