quinta-feira, 21 de julho de 2011

Doravante

Doravante, a lei. Foi tão boa a paixão, tão instigante o convívio, mas a figura abominável que nos encurtou a razão merece essa querela. Veja, Ironildes, o pijama xadrez havia sido presente de minha tia Dorô. Das doze parcelas de nosso colchão você se lembra bem, tive que parar minha coleção de selos raros para pagá-lo. E aqueles sabonetinhos azuis que comprei do Carlão tinham um perfume supimpa. Ele garantiu que eram franceses, comprou numa daquelas lojas quentes do Paraguai, não foi na rua, não. Você nem fez conta, Ironildes! Aleijou minhas poupanças, entortou o pé direito da cabeceira de nossa cama e o abominável ainda fumava! Pensa que não senti o cheiro do mata ratos do execrável? Agora, cansei, Ironildes. Procure seus direitos, que os meus você já corrompeu mesmo.


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