Não desandava o coração. A cara, quem via, era a de Luiz feliz. Ali, as duas, rosnando e se mirando com garras a postos, insistiam na indenização. Bateram-se aos murros, pescoções e tufos de cabelos. Uma haveria de pagar a despesa do curativo da outra. O juiz apreciava, incomodado. O mal de Luiz foi querer bem às duas. Mão aberta: havia lhes concedido amor, eterno na mesma proporção. Mas aquela paixão lunática de Dirce não soube conviver em paz com a adoração idólatra de Dora. Ele, justiça seja feita, sempre disse sim. Quem diz que não, mente, quem diz que não sabe, inventa. Luiz sempre foi ordeiro: que a lei prevaleça. Querer bem, tudo bem, mas dinheiro para as feridas de ambas ele decididamente não tinha. Deixou isso claro para o juiz, cuja sentença poderia ficar por conta disso.
domingo, 29 de abril de 2012
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Muito bons seus textos! Parabéns pelo seu trabalho.
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