Ali, no canto daquela pracinha, havia um pé de ipê roxo. Não se havia ou se hoje, pensando, minha memória é que o coloca lá. Um observador relapso como eu bem pode exumar numa praça qualquer um pé de ipê. Que até poderia ser amarelo. A imaginação tem direito a impor suas condições. Deve ser cansaço de ver as coisas como sempre são: fadiga dos óbvios. Então falo invenções, porque as palavras fazem com que todas elas também sejam compartilhadas com quem nunca imaginou aquilo. Ajudo os outros, minto pra mim. Enquanto isso, todos passeiam pelos bosques de ipês, amarelos ou roxos, mas em cujas sombras da memória ainda é possível se refrescar de todos os finais iminentes.
terça-feira, 17 de abril de 2012
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