Era uma noite de alarmes. Provendo calmantes para o sono, prevendo tédios, o síndico atrás da orelha levava a pulga. Benzia-se, bipbipava pretensos donos dos carros uivantes. Com sirenes, sem sirenes, luzes, que espocavam na escuridão. A torpeza do efeito das drogas ansiolíticas, o cumprimento da profecia tediosa, o hiato para resoluções possíveis, o deixavam mais tenso. Um disfuncional anacrônico, um sem saber. Bem que pensou na precisão de uma bazuca, capaz de num estouro promover o silêncio: eliminando um a um os automóveis pulsantes. Mas os abismos, os vivos lobos que imaginou ouvir, antes da profundeza dos sonhos, foram enfim a medida certa. Acordou marcado pelo Sol, e já não havia nenhum ruído indesejável.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
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