Tachinhas pregavam as fotos no mural do quarto. Outras, displicentes, exigiam atenção na caixa, junto aos clipes, para não furarem dedos distraídos. Havia aquelas que, na porta da cozinha, uma ao lado da outra, compunham horizontais ou verticais traços irregulares que escreviam o nome de Márcia. Com as pontas dobradas, um grupo delas servia de adorno à jaqueta jeans, enquanto o outro desenhava uma flor mal feita no bico do tênis, já um tanto desleixado pelo uso contínuo. Nos cintos, nas tiaras ou pulseiras, eram elas que imprimiam uma personalidade despojada à dona. Só não foram parar na ponta do nariz, como piercing, porque o tatuador foi mais sensato que Márcia. Mas foram justamente elas, as tachinhas, que acabaram por impedir o triste e emo romance da moça por Durval. Ambos compartilhavam o som hardcore emocional, mas o sujeito tinha fixação por imã.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
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Oi, Molinho
ResponderExcluirExcelente micro. Bem humarada e criativa.
Dan Dan
O comentário saiu no seu nome.
ResponderExcluirFiz algo errado:)
Fez, sim. Você postou o comentário do meu computador, sem tirar o login da máquina.
ResponderExcluirMas gostei...
adorei o final...
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