A constância parecia mania, mas era apenas o Sol e seu calor. Natureza do tempo, sem tiques ou obsessões. Então só poderia ser a percepção que eu tinha ao atravessar as ruas daquele verão. Ouço bem a voz da luz, mesmo quando um zumbido contínuo que me produz surdez tenta abaixar o tom de sua claridade. E não era de medo aquela sensação quente que me suava pele antes, era de desconforto, mesmo que não coube arrependimento pela opção tropical de levar a vida. Quando a chuva caía torrente e depois fina, corria no ar uma evaporação próxima do tocável, quase sólida, por um triz de espalhar-se aos pedaços. Então sentia faltar o vento, ainda que a folhagem do ipê balançasse negando, pra lá e pra cá. Os anos de quentura vão se somando, e a gente vai chegando nesse aquecimento íntimo.
(Mongaguá-SP)
Querido Alaor... muito prazer em conhecê-lo.
ResponderExcluirVc escreve muito bem e gostei de tudo que li.
Vc descreveu magistralmente a sensação que sinto nos dias muito quentes e tenho que confessar que não foi opção minha esse jeito tropical de levar a vida... rs. Entretanto, o seu aquecimento íntimo se traduz em crônicas maravilhosas, muito boas de se ler.
Parabéns. Te desejo um 2011 repleto de realizações que o façam muito feliz.
Beijokas.
Seguindo...
Alaor, Concreto&Abstrato mudou para http://peloapelodapena.blogspot.com (coisas do ano novo).
ResponderExcluirComo sou analfabyte, mudei sem querer o link para o “concretos”. Me link again.
Beijos, Sidnei
(Um ano novíssimo cheio de saúde e sucesso!)