Velhinhas matracas, costumava defini-las Eliseo, o garçom do Café Esperança. Punham-se sentadas às três da tarde, com as bocas a postos. Houve um tempo falavam só de homens, para todos os gostos e nas várias posições. Também eram bem jovens. Depois comentavam do sexo, um pouco de política... e homens. Mais tarde quase não havia homens em suas conversas sobre as receitas e algumas artes. Hoje, comenta o velho Eliseo, “só falam de netos”. Esta na cara de cada uma que nenhuma tem o menor interesse pelos netos das outras, mas escutam atentas, para também poder falar dos seus próprios. Aí, despedem-se. Cada qual torcendo para que seu neto naquele dia dê sinais de inteligência superior e vivacidade exacerbada. Já não aguentam mais inventar histórias de superação!
segunda-feira, 23 de maio de 2011
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