Gratificação mensal, horário fixo, escova de dentes e vários pares de meia. A vida seria perfeita, um relógio suíço, um pão de queijo mineiro, não fosse aquela coceira insana atrás do joelho esquerdo. Não chegava ao aleijão, Jurandir dobrava e andava. Mas, a inconveniência do disfarce quase contínuo para se curvar e chegar ao ponto do prurido era o que mais o atingia. Em pé, na fila do banco, e de repente Jurandir, no alto de seu metro e noventa, parecia um pinheiro decapitado quando se entortava para chegar com a mão àquele ponto. Sentado se dava melhor. Uma abaixadinha já lhe assegurava o acesso à comichão. Mesmo com a visão alto, perdeu o gol que deu a vitória ao seu time, ocorrido coincidentemente na hora da abaixadinha. Pior foi a privação de Paula, que ele tanto amava, mas que não se curvou àquele mistério do noivo. A vida seria perfeita...
terça-feira, 10 de maio de 2011
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